Casa Relógio de Sol

A Casa Relógio de Sol é magnífica, ainda que sejamos suspeitos nesta avaliação. As Pias é das aldeias mais amorosas desta região e o rio Bestança é mesmo agradável. A zona tem uma oferta cultural e natural rica e apetecível, mas a aldeia é sossegada, caso queiram vir ouvir o silêncio. Não conseguem vir no Verão? Experimentem no Inverno. A lareira a aconchegar e a neve lá fora. Nesta casa, de espaços amplos, desenhados pela história, encontrará o local ideal para retomar o pulso natural do tempo. A Casa do Relógio de Sol chama-se assim porque somos pouco originais. Há um relógio de sol na fachada e não estivemos para pensar mais no assunto. Enfim, tem a vantagem de ser facilmente reconhecida – o relógio está acima da linha de visão, por isso toca a levantar a cabecinha do telemóvel e olhar para cima! A traça da casa não é, rigorosamente, típica da região. Foi construída por antepassados que foram a Africa e voltaram com dinheiro. Na aldeia há outras casas que vale a pena ver, são bonitas! A casa é gira, confortável e espaçosa. Em boa verdade é grande, mesmo grande. Podem vir com os cunhados e os sogros sem precisarem de estar sempre com eles; ou podem vir fazer a festa com um grupo de amigos, cabem todos em qualquer das salas. Tem 5 quartos onde podem dormir 8 adultos. Num dos quartos de casal há uma cama pequenina, espaço especialmente dedicado aos pais-galinha deste mundo. Há duas salas, uma de estar com televisão (adivinhem lá onde vão encontrar os garotos de manhã?) e outra de jantar, ambas com lareira. Sim, sim! Porque nem só de Verão se fazem férias! Se queriam vir pasmar junto à piscina podem mudar de anúncio já, não temos! Vá gentes, estamos ao lado das piscinas naturais do Bestança, o rio menos poluído da Europa e vocês querem estragar o biquíni numa piscina com cloro? A casa tem uma cozinha de dimensões absurdas… Podemos meter lá dentro o Ramsay e o Bourdain sem eles se insultarem - ok, aqui podemos estar a exagerar! Mas vocês não precisam de cozinhar se não quiserem. Temos duas casas de banho, uma igual a todas as que já viram na vida, a outra um bocado mais labiríntica – compartimento para duche, compartimento para sanita, compartimento para lavatórios… é sempre divertido ver o pessoal à nora com as portas, para nós pelo menos. Temos que vos dizer outra coisa, não há nenhum conjunto de pratos vindos daquela loja sueca, há vários exemplares de origens diferentes, que nós gostamos de mostrar as diversas fases da nossa vida. O mesmo se aplica aos lençóis, toalhas e cobertores. Há pela casa, nas salas, livros e jogos. Também há um piano, mas está desafinado, tem o abafador partido e, pior que isso, a minha filha partiu a única chave que o abria. Mas fica sempre bem ter um piano na entrada. Já viram as fotografias? Aquela escadaria que aparece no fim do corredor com um ar imponente? Não leva a lado nenhum! É a escada para o sótão onde guardamos, desde sempre, o pó dos séculos. A todas! Não recomendamos o sotão, pelos motivos já explicados, mas tirando isso, a casa é vossa! Nós estaremos cá para vos receber. Não vos vamos incomodar com a nossa presença, mas saibam que vivemos nas casas ao lado e estaremos cá para o que for necessário. Eu sou a Margarida, mas também podem ser recebidos pela Margarida, eventualmente encontram cá a minha neta, a Margarida também (originalidade acima de tudo!). Somos fluentes em português e fancês. Desenrascamo-nos bem no espanhol. No inglês, o suficiente. Vão passear nos trilhos pedonais (sim, temos os panfletos na entrada da casa), metam-se no carro e vão conhecer as redondezas - há os passadiços do Paiva, rafting e por aí além, há um fartote de ruínas romanas e do neolítico, há paisagens belíssimas, há o Douro mesmo aqui ao lado, há Montemuro que tem o melhor nascer do Sol da região… garantimos que vocês não se entediam por aqui. Aqui na aldeia há um café (o Convívio – o culto da originalidade é recorrente por estas bandas) onde podem comer qualquer coisa, se combinarem com a Ana. Também podem ir a Cinfães, e aí, na Vila, a oferta é bastante e de boa qualidade. Se quiserem enfardar até não poder mais vão para a Gralheira, é lá que nasce o Cabrum, outro rio limpíssimo, e onde há uma piscina pública onde podem ter uma paragem digestiva se entrarem nas águas logo a seguir ao pantagruélico almoço. Não se aflijam, estão a uma distância do centro de Saúde de Cinfães que permite sobreviver a quase tudo. Comunico Podíamos dizer-vos que o aeroporto fica a cerca de 75 km, mas preferimos dizer-vos que a viagem de comboio do Porto até Mosteirô e muito agradável e bonita. Demora cerca de 1h15 e pode custar-vos 7,5€. De carro conseguem usufruir das redondezas com mais facilidade. Não temos estacionamento na casa, mas há lugares na estrada, perto da casa. A zona tem uma oferta cultural e natural rica e apetecível, mas a aldeia é sossegada, caso queiram vir para cá escrever um livro, terminar uma tese, fazer uma residência artística. Ninguém vos chateia, quase não há carros, até porque o caminho não o permite (sim, o carro deve estacionar a 70 metros da casa). As camas são bonitas, antigas e têm entre 1,80m e 2m de comprimento. Não conseguem vir este Verão? Experimentem no Inverno. Uma lareira para aconchegar (que o calor a sério vem do sistema de aquecimento central) e a neve em Montemuro. Nós achamos bonito e reconfortante. Nesta casa, de espaços amplos, desenhados pela história, encontrará o local ideal para retomar o pulso natural do tempo.